De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o combate à obesidade infantil é um dos maiores desafios para a saúde pública global do século XXI. Dados apontam que mais de 38 milhões de crianças estão com sobrepeso ou obesas em todo o mundo.
O Ministério da Saúde divulgou, em junho de 2021, que atualmente a doença já afeta um preocupante percentual de crianças entre 5 a 9 anos.
Com o aumento gradativo do quadro de obesidade em crianças, o cenário se torna cada vez mais preocupante, o que chama a atenção de diversos especialistas. O real problema começa com o excesso de peso, segundo Raphael Câmara, Secretário de atenção Primária.
“Esses números reforçam a importância de ter ambientes saudáveis e promover a educação alimentar desde cedo pode evitar doenças que podem acompanhar durante o desenvolvimento e ao longo de toda a vida, afetando o desempenho escolar e aumentando o risco de vários agravos, como hipertensão e diabetes”.
Mas você sabe lidar com crianças e adolescentes nesta situação? Conhece os riscos que a obesidade infantil traz?
Não se preocupe, neste artigo iremos te falar tudo e um pouco mais sobre o assunto. Boa leitura!
Direto ao assunto
Quando uma criança é considerada obesa?
Estar acima do peso já é um problema para a criança, mas apenas o sobrepeso não deve ser considerado obesidade.
Neste sentido, para crianças até 12 anos de idade, a obesidade se dá quando o seu IMC (Índice de Massa Corpórea) está entre os percentuais de 85 a 95 em relação ao gráfico do CDC 2000 (Center for Disease and Control and Prevention, dos EUA) e obesa quando o percentual for maior que 95.
O que causa a obesidade infantil?
A obesidade infantil pode ser causada por diversos fatores, que podem se aplicar de forma isolada ou em conjunto.
Entre os mais comuns estão a predisposição genética, má alimentação e o sedentarismo. Além disso, a obesidade pode ser causada por um condições médicas, como problemas hormonais ou uso de medicamentos à base de corticoide.
Mesmo com os fatores genéticos, a criança pode não ser obesa caso seus pais apresentem a condição e vice-versa. Assim, essa disposição de genes é combinada com a alimentação e com a quantidade e frequência de atividade física praticada pela criança.
Quais são os riscos da obesidade infantil?
Como vimos, a obesidade não se trata apenas de estar acima do peso, mas sim de riscos à saúde da criança. Neste quadro, diversos problemas começam a aparecer de forma precoce, como:
- Obesidade Mórbida – quando se tornarem adultos;
- Doenças respiratórias;
- Doenças ortopédicas – problemas de coluna e nos joelhos;
- Dores nas articulações;
- Enxaquecas;
- Assaduras e dermatites;
- Diabetes;
- Hipertensão arterial;
- Colesterol alto;
- Acne;
- Complicações metabólicas;
- Disfunções do fígado – por conta do acúmulo de gordura.
Quais são as complicações emocionais causadas pela obesidade infantil?
Os problemas físicos não são os únicos que aparecem com a condição. Crianças obesas também enfrentam problemas silenciosos – os emocionais.
São alguns deles:
- Depressão;
- Isolamento social;
- Bullying;
- Baixa autoestima;
- Transtornos alimentares – como a anorexia e a bulimia;
- Ansiedade;
- Estresse;
- Sensação de impotência;
- Frustração e raiva.
Crianças obesas não apresentam todos os problemas e nem sempre da mesma forma. Afinal, cada um lida e reage de forma diferente. Por isso, é importante estar atento aos sinais.
Complicações sociais que vem com a obesidade infantil
Os padrões de beleza estão presentes em nossas vidas desde cedo, são eles que criam em nós a noção de qual tipo de corpo é bonito e qual não é.
Assim, corpos magros, altos e definidos são mais valorizados e vistos como bonitos, enquanto os que fogem destes padrões são recebidos como feios.
Então, por estarem acima do peso, crianças obesas se entendem desconfortáveis desde cedo, como se seus corpos não fossem bonitos o suficiente.
Dessa forma, os pequenos lidam com questões de autoestima desde muito novos, já que o padrão de beleza pode criar a ideia de que seus corpos não são atraentes.
Então, há a possibilidade de a criança ou, muito provável, o adolescente não se ver como uma pessoa bonita, não gostar de seu corpo e até mesmo sentir vergonha de si mesmo.
Qual a relação entre comida e emocional?
Uma característica muito comum em crianças obesas é a relação entre a comida e suas emoções.
Segundo o Instituto Nutrição Comportamental, com base no livro “How emotions affect eating: a five way model” de Michael Macht, formado em psicologia pela Universidade de Würzburg, na Alemanha, a ação de comer de forma compulsória é em resposta ao que sentem.
Dessa maneira, toda vez que se sentirem mal, uma criança pode sentir a necessidade de se alimentar para reprimir certas emoções. Isso recebe o nome de alimentação emocional.
Além disso, muitas vezes o ato de comer é um jeito encontrado pela criança de liberar todo o seu estresse e frustração. Ou seja, de colocar para fora tudo o que sente de negativo.
Entretanto, fique de olho! De acordo com a nutricionista Lara Natacci, em entrevista para a Revista Veja Saúde, sensações de tristeza, raiva e/ou culpa não melhoram e nem somem depois que comemos.
“Ao contrário, depois de comer para compensar esses sentimentos, vêm a frustração e a sensação de fracasso.” Afirma a nutricionista.
Como tratar a obesidade infantil?
Por ser um problema de saúde e trazer diversos riscos à saúde física, mental e social da criança, a obesidade infantil deve ser tratada de forma médica e com a ajuda e acompanhamento de especialistas.
Neste sentido, a orientação é buscar por um especialista que faça com que a criança se sinta a vontade para expor sua atual situação, sentimentos e frustrações.
Alimentação
Com o objetivo de mudar a rotina alimentar da criança, o mais adequado é sempre procurar um profissional da saúde, segundo o site Minha Vida. Com o auxílio de um nutricionista, as mudanças são feitas de acordo com o melhor para seu filho!
Algumas alterações são básicas e podem ser aplicadas devagar pelos pais, como:
- Uma alimentação cheia de frutas, legumes e vegetais;
- Trocar alimentos refinados por integrais;
- Evitar biscoitos, bolachas e refeições prontas. Eles contém grande quantidades de açúcar, sódio e gorduras – tudo o que é preciso evitar em exagero;
- Reduzir o consumo de bebidas adoçadas e industrializadas. Elas possuem muitas calorias e poucos ou nenhum nutriente;
- Evitar comer fora, como em restaurantes de fast food. Muitas opções do menu são ricas em gordura e calorias;
- Sirva porções equilibradas, já que as crianças comem menos do que os adultos. Assim, se a criança não conseguiu comer toda a comida no prato, não force!
Atividades físicas
Segundo o Doutor Lucas Moura, uma rotina com a prática de atividades físicas ao menos uma vez por dia é crucial para as crianças com obesidade.
“Crianças devem fazer pelo menos um tipo de atividade física todos os dias, programada (academia, esportes ou aulas de dança, por exemplo) ou não programada (brincadeiras como pega-pega, esconde-esconde e uso de brinquedos de um parque).”
Além de queimar calorias, essas atividades também fortalecem os ossos, os músculos, ajudam a melhorar o humor e as noites de sono dos pequenos. As atividades podem variar, sendo visitas regulares à academia ou prática de algum esporte que a criança goste.
Como os pais podem ajudar?
O apoio dos pais é de extrema importância no quadro de obesidade da criança e adolescente.
Além de oferecer apoio e ajuda, os pais devem estar presentes e ficar atentos para o caso de algum sintoma aparecer – seja ele físico, emocional e social.
Ainda mais, peça por ajuda! Profissionais especializados, como nutricionistas e psicólogos para a criança, podem auxiliar os pais e os pequenos.
Sendo assim, será possível estabelecer uma nova dieta balanceada e um novo estilo de vida da melhor forma possível as crianças.
Portanto, é importante que os pais acompanhem as novas mudanças e as introduza de forma gradual, sem alterar de modo radical a rotina da criança.
Esteja presente, encontre o melhor para o seu filho
A fase de crescimento das crianças é uma etapa crucial. Portanto, é importante que os pais estejam presente para acompanhar os desafios desta jornada.
Com os artigos do blog, você encontra muito conteúdo relevante para o seu dia a dia, palavras de especialistas e sugestões de jogos e brincadeiras para atiçar a criatividade dos pequenos e reunir a família!
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