Alegria, Nojinho, Tristeza, Raiva e ele, o Medo. Essas cinco emoções, ou melhor dizendo, esses cinco personagens, são os protagonistas que habitam a cabeça de Riley no longa Divertidamente (2015). O filme é um aliado e tanto para que a família toda entenda como lidar com o medo das crianças, de onde ele vem e porquê existe.
Isso, pois a trama conta como as emoções da menininha de 11 anos ficam extremamente inquietas quando ela muda de cidade. Esse episódio cria uma verdadeira confusão na sala de controle do seu cérebro, onde se encontram as suas emoções!
Assim, Divertidamente consegue auxiliar os pequenos e os pais a entenderem conjuntamente, e de forma leve, que todas essas emoções são normais. Contudo, o que fazer quando essas sensações persistem e o medo consegue até atrapalhar o dia a dia, por exemplo?
Continue lendo para entender o que profissionais dizem sobre o assunto e como proceder diante de sinais preocupantes.
Direto ao assunto
Os medos mais comuns das crianças
Ainda no universo do filme, o roteiro explora a necessidade de sentir medo, que é uma forma muito importante que o corpo tem para a sobrevivência. Foi apenas através do medo que sociedades inteiras conseguiram passar por séculos, prevenindo-se de riscos e reduzindo todo o tipo de impacto sobre seus clãs.
É claro que atualmente a conversa é outra, mas é importante saber de onde tudo isso veio para que possamos entender para onde pode nos levar.
Por isso, antes de mais nada confira abaixo quais são as sensações mais comuns com as quais você irá se deparar ao tentar lidar com o medo das crianças.
Primeira infância (da gestação aos 6 anos)
O Fórum do Comitê da Primeira Infância estabelece o período compreendido da gestação aos 6 anos de vida da criança como a primeira infância. Nesse meio-tempo, os principais medos dos pequenos podem ser resumidos a pessoas desconhecidas, barulhos muito fortes, máscaras e quedas.
Na medida em que vão crescendo, novas percepções de mundo são criadas e, naturalmente, novos medos, sendo que se perder dos pais torna-se um pensamento tenebroso para eles, por exemplo. Além disso, com a imaginação fluindo, amigos imaginários podem aparecer – e com eles o medo de seres sobrenaturais!
Segunda infância (dos 6 anos à puberdade)
A partir da segunda infância, as crianças entendem alguns medos e passam a lidar com outros, tais como: escuro, ladrões, lesões corporais, animais e até personagens imaginários da literatura infantil.
Atente-se aos sinais de medo excessivo para procurar ajuda médica
Como vimos, o medo deve ser sentido, é comum e essencial para o desenvolvimento das crianças. Contudo, os pais precisam prestar muita atenção quando esse sentimento passa a ser um agente impedidor ao invés um sábio protetor.
Para entender melhor, basta pensar naquele ditado popular, “todo excesso faz mal, toda falta também”! Assim, o medo é considerado patológico quando associado a outras sensações ruins, como ansiedade intensa e preocupação constante.
Grandes nomes da medicina, como o médico Emilio Mira y López, já classificaram as fases do medo a fim de que fosse possível distinguir o que cada uma representa. Confira lista a seguir:
- prudência;
- cautela;
- alarme;
- ansiedade;
- pânico (medo intenso);
- terror (medo intensíssimo).
Assim, quando perceber que a cautela do seu filho em relação a certos assuntos é tanta que causa até ansiedade (nível 4), é hora de procurar ajuda especializada! Para isso, psicopedagogos e profissionais em psicologia infantil devem ser acionados.
Maneiras de lidar com o medo segundo os psicólogos infantis
O X da questão é como colaborar para que o medo excessivo não seja mais uma questão impeditiva na prática. Segundo profissionais da área, é preciso ter empatia e falar sempre no positivo com os pequenos – além do acompanhamento clínico, é claro.
Por exemplo: ao invés de dizer “deixe de bobeira, isso não é real” em uma situação de medo, abrace o que a criança sente, coloque-se no lugar dela e tente explicar as origens daquela emoção adversa.
Aqui, é uma ótima dica assistir o filme Divertidamente que indicamos no começo do artigo com a criança, pois ela entenderá de uma vez por todas que são essas sensações que dão sentido à vida.
Não existe criança “grandinha demais” para sentir medo. Do mesmo modo, não a force a enfrentar os seus medos de frente, como por exemplo tentar ensiná-la a nadar a todo custo quando a criança nem sequer quer entrar na água. Lidar com o medo das crianças de modo combativo, batendo de frente, não é uma solução recomendável.
Para mais debates como esse, acompanhe a categoria “Desenvolvimento Infantil” do Universo Maker e tenha o melhor blog do universo a favor da família!