Ninguém é muito novo ou muito velho para ler contos de fadas. A frase abaixo, do autor de As Crônicas de Nárnia, resume bem essa magia, e é por isso que hoje desvendaremos todo o encanto e aprendizado por trás de Cinderela, um dos clássicos nesse quesito.
Um dia você será velho o bastante para voltar a ler contos de fadas.
C.S Lewis
Mais do que um conto de fadas, Cinderela é uma história atemporal, constantemente relida e reconstruída.
Sua versão mais conhecida é de autoria do escritor francês Charles Perrault, cuja datação remete ao ano de 1697.
Já o seu remake mais recente, Cinderella (2021), é uma produção da plataforma de streaming Prime Video, de propriedade da Amazon. O filme conta com a cantora e compositora Camila Cabello como atriz principal.
Mas não é a primeira vez que uma grande companhia trabalha com a história. Em 1950 e em 2015, respectivamente, a Disney lançou uma animação e um live action do conto de fadas.
Muita coisa, né? E isso não é nem metade do que essa história tem para render. Quer saber o motivo de tanto sucesso? Boa leitura e Bibidi-Bobidi-Bu!
Direto ao assunto
A Cinderela dos contos de fadas
A Cinderela, também conhecida como gata borralheira, é uma princesas das mais famosas dos contos de fadas.
Junto da Branca de Neve, da Aurora e da Bela, esses clássicos mágicos da literatura acompanharam e formaram a personalidade de diversas crianças.
Apesar de atribuída à Idade Média, a versão francesa de Cinderela, aquela da Idade Contemporânea, é a mais conhecida.
Já à versão mais antiga, chinesa, é atribuído o ano de 860 a.C. Para completar, também há a versão dos Irmãos Grimm, os gênios das fábulas infantis.
Todas essas narrativas se diferenciam por certos detalhes, mas o básico permanece: Cinderela é uma órfã que vê-se obrigada a ficar sobre os cuidados de sua madrasta e duas irmãs.
Seu pai, rico, acaba falecendo um tempo depois de sua mãe. Nesse meio tempo ele buscou uma mulher que substituísse de certo modo a necessidade de uma figura materna para a filha.
Tempos depois, todas as mulheres da região são convidadas para um grande baile, no qual o príncipe escolherá a sua futura esposa.
A jovem vai, escondida de sua madrasta, e conquista o coração do monarca. Contudo, ela acaba deixando seu sapatinho na escadaria do palácio, e então toda a trama desenrola-se.
Daí, aliás, já surgem algumas das principais dificuldades e simbologias de Cinderela.
O aprendizado por trás de Cinderela
Em meio a todo o aprendizado por trás de Cinderela, podemos dizer que um dos principais desafios apresentados é a rivalidade entre irmãos.
O assunto, aliás, também é bastante conhecido na área da Mitologia, a exemplo de Rômulo e Remo e até mesmo entre os próprios deuses do Olimpo.
Mas, afinal, o que mais podemos extrair do conto? Esse é apenas um exemplo do que é possível explorar. Abaixo, confira uma seleção dos sete principais aprendizados.
1 – O bullying não compensa
Apesar de não ser algo exclusivo desse filme, o bullying é a prática que mais existe ao longo de Cinderela
As cenas de suas irmãs postiças dificultando a sua vida e da madrasta humilhando a menina são comuns, mas não normalizadas.
Isso pois, já nas sequências de Cinderela, a Disney opta por representar uma dessas irmãs, a Anastasia, como arrependida de seus atos.
Essa continuação mostra a vida difícil da filha da vilã, um lado que os espectadores nunca tinham visto. Quando ela tem de optar por um lado na história, escolhe o “bem”, a amizade e o perdão.
2 – A empatia é a chave
No conto há também uma fada madrinha, que realiza os desejos da princesa ao colaborar com sua ida ao baile depois que a madrasta pratica bullying estragando seu vestido.
Dessa maneira, fica claro que a trama só continua por conta da bondade e da empatia que a senhoria tem para com a menina.
Na vida fora da ficção, é provável que você já tenha sido a fada madrinha de alguém sem nem saber, pois mesmo pequenos atos podem ser muito importantes. Bibidi-Bobidi-Bu!
3 – Família é onde o coração está
As maiores companhias de Cinderela eram seus amigos animais, sempre dispostos a ajudar e consolar a garota. Passarinhos, ratinhos, cervos…
Tal aprendizado está aqui para ilustrar que a família pode ser composta por amigos, dois pais, duas mães, outros parentes e até animais de estimação! A forma tradicional de pai e mãe já era repensada há muito tempo.
4 – O luto não dura para sempre
Após a partida do pai, Cinderela fica extremamente triste e vive o seu luto. Senti-lo é preciso, mas é continuar vivendo depois que algum ente querido se vai também.
Mesmo tão nova, Cinderela dá um show de aprendizado, pois amadureceu e continuou sendo uma pessoa muito boa mesmo após o falecimento de seus pais. Isso fortaleceu a menina.
5 – As individualidades devem ser respeitadas
Muitas vezes os motivos do bullying eram as individualidades de Cinderela. O seu jeito de ser, a cor do seu cabelo e até mesmo as suas habilidades na cozinha.
Nesse aprendizado, entendemos que o bullying não vem sozinho: ele está acompanhado de uma série de pré-conceitos e é uma construção múltipla.
Para que as individualidades sejam respeitadas, a empatia também entra em cena, de modo que cada ensinamento leva a outro.
6 – A vaidade é uma faca de dois gumes
Embora diferentes em cada época, os padrões de beleza sempre existiram. Eles podem tanto elevar a autoestima quanto contribuir para que ela diminua, afinal encaixar-se em idealizações não é fácil.
Por exemplo: para as irmãs, tudo girava em torno da beleza. Ambas passavam dias e noites preocupadas com os cabelos, as roupas e as aparências no geral.
Já para a protagonista, usar um vestido de sua autoria para o grande baile já foi uma boa dose de vaidade, que a fez muito bem. Dessa forma, concluímos que o equilíbrio é a chave.
7 – A liberdade é indiscutível
No conto, grosso modo, foi a fada madrinha quem libertou Cinderela de sua condição. Na vida real, somos responsáveis por nossa própria felicidade.
Essa responsabilidade não deve recair sobre ninguém – no máximo deve existir um empurrãozinho, como você já viu no tópico “empatia”.
Assim, fique de olho no que te faz bem e espalhe isso sem precisar de uma varinha de condão.
Cinderela hoje em dia
No mundo moderno, não é só no longa de Camila Cabello que cantoras arriscam na atuação. O Outro Conto da Nova Cinderela (2008) estrelou a também cantora Selena Gomez como atriz numa releitura da princesa.
Abaixo, você confere o trailer inédito do novo filme que mal foi lançado e já foi adotado pelo público.
Mas agora é a sua vez. Conta aqui para nós, se todo o aprendizado por trás de Cinderela pudesse ser resumido em uma palavra, qual você escolheria?