Como Incentivar As Crianças a Desapegarem Do Celular? Dicas e Exemplos

A pandemia trouxe diversos problemas dos quais os efeitos ninguém conseguiu escapar: até mesmo os nossos pequenos foram afetados de alguma forma. Como consequência, agora os responsáveis estão tentando incentivar as crianças a desapegarem do celular.

De repente as crianças se viram sem escola, sem a companhia dos amigos ou parentes e, ainda, sem a atenção plena dos seus responsáveis, que continuaram trabalhando em tempo integral. Sem pensar duas vezes, elas recorreram às telas para passar o tempo, só que agora vemos que esse uso se tornou desenfreado.

Como incentivar as crianças a desapegarem do celular? Será que não existem meios de substituí-lo? É possível existir um equilíbrio entre internet e realidade? Vamos responder a essas e mais perguntas no decorrer do texto. Boa leitura!

Incentivar as crianças a desapegarem do celular

Direto ao assunto

Quanto tempo as crianças passam na frente das telas?

O Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) realizou uma pesquisa que abrangeu 900 crianças, de 4 a 6 anos, que analisou a relação delas com as telas.

Segundo a pesquisa, antes da crise as crianças passavam cerca de 3 horas por dia na frente das telas. Hoje, esse número dobrou: elas passam no mínimo 6 horas por dia. Também de acordo com o estudo, mais de 55% dos pequenos fazem as refeições assistindo televisão e 28% passam longos períodos na internet, o que é considerado acima do recomendado.

Quais são os malefícios do uso excessivo das telas para as crianças?

Tudo em excesso faz mal, e nesse caso não poderia ser diferente. O uso excessivo das telas para as crianças pode causar:

  • empobrecimento das habilidades motoras;
  • compulsão;
  • agressividade;
  • impulsividade;
  • dificuldade no desenvolvimento de linguagem;
  • irritabilidade;
  • ansiedade;
  • transtorno do sono;
  • dificuldade para enxergar;
  • vício.

Se a utilização excessiva das telas atingir crianças com menos de 2 anos, os efeitos negativos são ainda mais significativos. Por causa disso, incentivar as crianças a desapegarem do celular é muito importante.

As telas podem ser nossas grandes aliadas na hora de uma reunião ou como forma de driblar a birra das crianças, mas como você pôde ver, manter o uso excessivo das telas apenas vai prejudicar os pequenos.

Qual uso é considerado saudável?

Esse assunto se tornou tão recorrente e importante de ser falado que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) produziu um manual com orientações a responsáveis sobre a saúde da criança e do adolescente na era digital. De acordo com ele, é considerado uso saudável:

  • crianças menores de 2 anos: nenhuma exposição às telas, nem passivamente;
  • de 2 a 5 anos: máximo de 1 hora por dia, sempre com supervisão dos responsáveis;
  • entre 6 e 10 anos: limitar ao máximo de 1-2 horas por dia, sempre com supervisão dos responsáveis;
  • adolescentes de 11 a 18 anos: 2-3 horas por dia e nunca deixar “virar a noite” jogando.

Dicas para utilização saudável

Mais importante do que o tempo que se passa navegando pela internet é como se passa esse tempo. Por isso, o manual da SBP também conta com dicas para uma navegação saudável, como:

  • não permitir que as crianças fiquem isoladas nos quartos;
  • estimular o uso nos locais comuns da casa;
  • não permitir telas durante as refeições;
  • desconectar 1-2 horas antes de ir dormir;
  • evitar o acesso contínuo estimulando intervalos;
  • promover atividades on-line em família (já pensou em aprender o jogo que o seu filho sempre joga?).

Existe algum benefício no uso das telas?

Sim! Existem vários benefícios. Como já dito anteriormente, é mais importante saber como o tempo é gasto do que quanto. Por exemplo, fazer ligações para parentes e amigos é muito melhor do que passar tempo vendo vídeos de entretenimento.

Os aparelhos eletrônicos interativos também podem ajudar a favorecer um cérebro multitarefas, que é mais dinâmico e consegue pensar de forma mais ágil.

Além disso, existem diversos vídeos e jogos educativos que podem estimular positivamente aspectos relacionados ao desenvolvimento cognitivo, à imaginação e ao uso da linguagem.

Como incentivar as crianças a desapegarem do celular?

Pode parecer uma tarefa difícil, mas ela é muito recompensadora, e nós separamos algumas dicas para ajudar você nesse processo. Confira:

Mudanças gradativas

Em primeiro lugar, nenhuma mudança deve ser feita bruscamente. Vá aos poucos diminuindo a frequência de uso, como uma hora a menos por dia, até que isso se torne um comportamento natural. Pode ser que a criança sofra de abstinência em um primeiro período e ela possa fazer birra. Nessa situação, tente a acolher para que ela sinta que seus sentimentos são entendidos.

Diminua os vácuos

Geralmente sobra aquele espacinho de tempo entre uma tarefa e outra, e nessa hora as crianças já pegam os celulares. Substitua esses vácuos por atividades simples, como desenhar.

Inclua atividades físicas nas telas

Separe um momento para as crianças fazerem atividades físicas, onde possam até mesmo incluir os responsáveis. Jogos ou vídeos que estimulem exercícios são muito úteis para incentivar as crianças a desapegarem do celular.

Combinado é combinado

Seja firme no que diz. Se você autorizar a criança a ficar mais tempo em um dia ou tirar todo o seu tempo em outro, a criança ficará ansiosa por não saber quando vai poder mexer no celular de novo.

Traga elementos das telas para a realidade

Se a criança gosta de jogos de guerra, que tal brincar de guerras de travesseiro? Se ela gosta de jogos de se vestir, que tal fazer uma passarela? Trazer elementos das telas para a realidade vai fazer com que a criança acabe se interessando mais pela realidade do que pela internet.

Brinque!

Parece óbvio, mas as crianças preferem brincar do que passar o tempo delas sentadas ou deitadas sem fazer nada. Inclua brincadeiras da sua infância, conte histórias, pergunte à criança qual a sua brincadeira favorita. Brinque!

Você faz parte das atividades das crianças?

É possível sim haver um equilíbrio entre internet e realidade, basta que os responsáveis mostrem alternativas e, mesmo que estejam apenas ao lado, trabalhando, participem das atividades das crianças.

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